Chegou a hora de conhecer e entender melhor essa fase da vida: os primeiros anos do bebê. Nesse momento a exposição apresenta os principais e mais relevantes cuidados para que ele se desenvolva bem e com saúde.
Quarto do Bebê
Semelhante a um quarto de bebê, o espaço circular fica no meio da exposição e apresenta, na parte externa: fotografias de bebês e suas famílias, e na parte interna: a representação de um quarto de bebê. Há um berço, uma poltrona para amamentação, um tapete redondo e alguns puffs.
O objetivo do quarto é apresentar ao visitantes a posição mais segura para colocar o bebê para dormir e os benefícios a curto e longo prazo da amamentação.
Berço
Dentro do berço há um bebê feito de tecido, que tem o peso médio de um recém nascido (cerca de 3,300g) e está vestido com tio-top com a frase “Este lado para cima”, da campanha da Pastoral da Criança: “Dormir de barriga para cima é mais seguro”.
Você sabia que a posição mais segura para um bebê dormir é de barriga para cima? Pode acreditar. Essa posição reduz em 70% o risco de morte súbita, que é aquela que acontece de maneira inesperada, quando o bebê está dormindo, e não tem explicação aparente.
Outras orientações importantes para evitar a morte súbita são:
- Dar somente leite materno ao bebê até o sexto mês.
- Não fumar perto do bebê.
- Não agasalhar demais o bebê.
- Deixar fora do berço travesseiros, brinquedos, almofadas e outros objetos fofos.
Poltrona
Os visitantes também podem ter a experiência de amamentar ao se sentar na poltrona, colocar um sutiã com seios falsos e por o bebê de pano para mamar (a boca do bebê encaixa nos seios). Ao lado da poltrona há um tablet com vídeo sobre amamentação, produzido pelo Ministério da Saúde, que apresenta os benefícios do leite materno, as principais dúvidas e mitos, os problemas mais comuns e qual a solução para eles. Cada visitante pode assistir o vídeo ao mesmo tempo que “amamenta” o bebê de pano.
Outro objetivo importante da poltrona é estimular as mães a amamentarem seus bebês durante a visita a exposição. A Pastoral da Criança e o Museu da Vida apoiam a amamentação em público, assim como o Papa Francisco "Vocês, mães, devem dar o peito [em público], sem medo, em toda simplicidade. Como a Maria amamentava Jesus."
O incentivo ao aleitamento materno é uma das prioridades dos líderes da Pastoral da Criança, pois é a melhor opção de alimento para o bebê.
É preciso apoiar as mães no período da amamentação, pois uma relação de afeto deve ser construída entre todos os familiares e a nova criança. A amamentação ao seio, um olhar carinhoso, palavras suaves, toques delicados e aconchego no colo dos pais fazem ele se sentir amado e protegido.
A recomendação da Organização Mundial da Saúde e seguida pelo Ministério da Saúde do Brasil é que o bebê seja amamentado até os dois anos ou mais, sendo que nos primeiros seis meses deve receber somente leite materno.
Em 2013, a Organização Mundial da Saúde resolveu fazer grande revisão sobre os benefícios do leite materno. Vários estudos mostraram que ser amamentado no peito protege o bebê de diarreia e de infecções respiratórias.
A diarreia é muito perigosa para os bebês e ainda permanece como uma das principais causas de morte entre crianças menores de cinco anos. Só em 2010, estima-se que causou a morte de cerca de 800 mil crianças em todo o mundo.
Alguns componentes do leite materno conferem diferentes tipos de proteção contra a diarreia. Os oligossacarídeos fazem um bloqueio no intestino do bebê impedindo que microrganismos perigosos se fixem e provoquem infecções. Os anticorpos conferem imunidade, protegendo o bebê dessas mesmas infecções. A lactoferrina, uma das principais proteínas do leite materno, pode destruir microrganismos ruins, reduzir a atividade inflamatória e aumentar a atividade do sistema imune.
A criança que não é amamentada ao seio é mais exposta a microorganismos que podem causar diarreia. Os alimentos oferecidos a ela e os utensílios utilizados podem estar contaminados e a baixa maturidade do seu organismo favorece o agravamento do caso, podendo levar á hospitalização e até mesmo a morte.
As infecções respiratórias também são uma das principais causas de morte entre crianças menores de cinco anos. Em todo o mundo, mais de um milhão e trezentas mil mortes de crianças foram causadas por pneumonia em 2010.
O aleitamento materno é um importante fator que contribui para a prevenção das infecções respiratórias, de acordo com revisão da Organização Mundial da Saúde (2013). Ele contém células de defesa (anticorpos) que passam da mãe para o filho e que ajudam a estimular e melhorar seu sistema imunológico. Além disso, o leite materno é rico em nutrientes que fortalecem o organismo da criança, reduzindo o risco de desnutrição e infecções.
Além de todos os benefícios em curto prazo do leite materno, diversos estudos mostraram que estes se estendem até a vida adulta. Crianças que mamaram no peito carregam os benefícios durante toda sua vida.
Outra revisão da Organização Mundial da Saúde (OMS), também no ano de 2013, concluiu que o leite materno pode exercer efeito protetor contra a obesidade na vida adulta e ainda ajudar a aumentar a inteligência dessas pessoas.
Em relação a obesidade, a proteção do leite materno na idade adulta pode ser explicada por alguns mecanismos:
- Bebês amamentados ao seio consomem menor quantidade de proteína do que bebês que recebem outro tipo de leite. O maior consumo de proteínas no início da vida está associado ao desenvolvimento tardio da obesidade.
- Bebês alimentados com leite materno apresentam diferente resposta hormonal comparados a bebês que recebem outro tipo de leite. Esses últimos bebês apresentam maior resposta da insulina, que pode promover aumento da gordura corporal e das células gordurosas.
Há alguns anos é estudada a relação entre aleitamento materno e desenvolvimento infantil. Em 1929, já foi observado que o leite materno estava associado com Inteligência entre crianças de sete a treze anos.
Em 2015 foi publicada pesquisa da Universidade Federal de Pelotas e da Universidade Católica de Pelotas feita com quase 3.500 recém-nascidos, acompanhados desde o nascimento até os 30 anos. Tal pesquisa mostrou que bebês que foram amamentados por mais de um ano têm, aos 30 anos de idade, 3 pontos mais de QI, 10% mais escolaridade e renda 33% maior do que aqueles que mamaram por menos de um mês.
Os mecanismos envolvidos nessa relação podem estar relacionados com a melhor nutrição conferida pelo leite materno, que é rico em nutrientes essenciais para o desenvolvimento do cérebro.
Atenção: O leite materno contribui para a criança ser mais inteligente.
Referências: Brasil.Ministério da Saúde. Caderno de Atenção Básica nº 23. Saúde da Criança. Aleitamento Materno e Alimentação Complementar. 2ª ed. 2015. Disponível em:
Horta, BL; Victora, CG. Short-term effects of breastfeeding. A systematic review on the benefits of breastfeeding on diarrhoea and pneumonia mortality. World Health Organization 2013.
Liu L, Johnson HL, Cousens S, Perin J, Scott S, Lawn JE, et al. Global, regional, and national causes of child mortality in 2000–2010: an updated systematic analysis. Lancet. 2012;379:2151–61.
Horta, B; Victora, CG. Long-term effects of breastfeeding. A systematic review. World Health Organization, 2013.
Victora, CA; Horta, BL; Mola, CL; Quevedo, L; Pinheiro, RT; Gigante, DP; Gonçalves, L;
Barros, FC. Association between breastfeeding and intelligence, educational attainment, and income at 30 years of age: a prospective birth cohort study from Brazil. Lancet Glob Health. 2015 Apr; 3(4): e199–e205.
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