HIV/AIDS
Segundo o Ministério da Saúde, pela Constituição brasileira as pessoas que vivem com HIV, assim como todo e qualquer cidadão brasileiro, têm obrigações e direitos garantidos. Entre eles, estão a dignidade humana e o acesso à saúde pública e, por isso, são amparadas pela lei.
O Brasil possui legislação específica quanto aos grupos mais vulneráveis ao preconceito e à discriminação, como homossexuais, mulheres, negros, crianças, idosos, portadores de doenças crônicas infecciosas e de deficiência.
Para saber mais entrevistamos Mara Franzoloso, enfermeira, mestre em saúde coletiva e chefe da divisão de doenças crônicas e infecções sexualmente transmissíveis, da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná.
Qual é a importância da gestante fazer o exame da Aids no pré-natal?
Quando a gente fala em transmissão vertical do HIV é importante saber, ter o conhecimento, que toda gestante deve fazer o pré-natal e ter uma adesão muito boa ao pré-natal, que é a linha guia materno-infantil. Preconiza um teste de HIV por trimestre, então, nos três trimestres da gestação, no mínimo três testes são feitos para o diagnóstico do HIV. Também depois do momento do parto é disponível a testagem.
O que é a Aids e como o vírus HIV atua no organismo?
O HIV é uma sigla inglesa que denomina o vírus da imunodeficiência humana. A infecção por esse vírus pode levar a uma doença conhecida como síndrome da imunodeficiência adquirida, que é a Aids. O HIV ataca as células responsáveis pelo sistema imunológico nas pessoas, podendo deixar os infectados com a saúde muito debilitada, mas é importante ressaltar que estar infectado, descobrir a infecção pelo HIV, não significa desenvolver a Aids pois, hoje, a Aids não tem cura, não tem vacina, mas tem tratamento e o tratamento está instituído para todos. Assim que for diagnosticada, a pessoa vivendo com HIV tem o direito de fazer o tratamento, ela deve fazer o tratamento, pois fazendo a adesão correta ela jamais terá a Aids. Ela pode ter uma vida saudável como qualquer outra pessoa.
O que é o sistema imunológico?
O nosso sistema imunológico é responsável por defender o nosso organismo contra invasores, impedindo assim o desenvolvimento de doenças. Então, temos assim um grupo de células de defesa que vão desempenhar esse papel de forma individual, mas complementando todo o sistema imunológico. Desse modo, no momento em que algum corpo estranho ou agente infeccioso invada nosso corpo, as células do sistema imune são motivadas para combater esse micro-organismo. No nosso organismo o chamado sistema imunológico, que são as células de defesa, são os linfócitos CD4. O vírus do HIV ataca e destrói os linfócitos, replicando-se intensivamente quando não tratado. A partir do momento em que a pessoa vivendo com HIV tiver uma boa adesão ao tratamento, essa replicação do vírus não vai mais acontecer e ela vai ter uma carga viral indetectável e intransmissível.
Ainda existe muito preconceito contra as pessoas que têm Aids? Como podemos vencer isso?
Infelizmente, nos dias de hoje, o HIV/AIDS ainda tem estigma e preconceito. Muito trabalho tem sido feito, como campanhas com discriminação zero, para que essa doença não interfira na vida das pessoas. Hoje em dia, como a gente fala, repete e reforça, a pessoa vivendo com HIV tem uma vida normal, uma vida saudável e pode trabalhar, ter uma vida como qualquer outra pessoa. É importante que as ações de prevenção se destaquem, como esta que está sendo feita, de informar, de educar a população em educação e saúde. Educar os jovens para que, principalmente, os jovens que é onde se concentra a maioria dos casos de diagnóstico do HIV. Mas que seja importante saber que não pode existir estigma, não deve existir preconceito, porque são pessoas vivendo com HIV, simplesmente, iguais a todas as outras pessoas.
Leia a entrevista na íntegra: 1627 - 28/11/2022 - Dia Mundial de Luta contra a Aids (.PDF)
Sífilis
Existem algumas doenças sobre as quais as pessoas não gostam muito de falar. Mesmo assim, é preciso falar, porque são doenças que podem trazer sérias consequências, principalmente em gestantes. São as doenças sexualmente transmissíveis, também chamadas de DSTs. A sífilis é uma dessas doenças, que pode trazer consequências graves para o bebê. Por isso, é preciso muita informação e orientação do Serviço de Saúde para podermos prevenir, descobrir e, se for preciso, tratar a doença.
E quais são os perigos da sífilis para a gestante?
Mulheres com sífilis podem passar a doença para o seu bebê durante a gravidez ou durante o parto. A sífilis na gravidez pode ocasionar aborto, parto de natimorto ou morte do bebê logo após o nascimento. Todas as mulheres, na gravidez, devem fazer o teste para sífilis. Mulheres grávidas, com sífilis, são tratadas imediatamente. Um bebê infectado por sífilis pode nascer sem sinais da doença. Porém, sem o tratamento imediato, o bebê poderá ter comprometimentos dentro de poucas semanas. Bebês nascidos com sífilis podem desenvolver feridas na pele, febre, icterícia, anemia ou inchaço do fígado ou do baço. E, ainda, bebês com sífilis, não tratados, podem ter convulsões ou até morrer.
O que é a sífilis?
A sífilis é uma doença sexualmente transmissível causada por uma bactéria, chamada Treponema Pallidum. Após a infecção inicial, a bactéria pode permanecer no corpo por muito tempo.
Quais são os sintomas da sífilis? Como a pessoa descobre que tem sífilis?
A sífilis não se manifesta imediatamente. Pode demorar até dois anos ou mais para aparecerem os sintomas. Ela tem várias etapas. Estágios que são: primário, secundário, latente, terciário. E ainda, a sífilis pode ser congênita. Nela, a mãe infectada transmite a doença para o bebê, seja durante a gravidez (por meio da placenta), seja na hora do parto. Os sintomas da sífilis costumam ser muito parecidos com os sintomas de outras doenças. Então, o médico deve realizar o exame de sangue que chamamos de VDRL.
Quais são suas dicas para prevenção da sífilis?
A sífilis é uma doença que passa através da relação sexual e é fácil de ser tratada. Mas, quando não é tratada, pode afetar gravemente a mãe e o bebê. No acompanhamento do pré-natal, a gestante é orientada sobre o tratamento. O principal fator é o diagnóstico precoce.
Leia a entrevista na íntegra: Sífilis
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