Olá, líderes. Nos meses anteriores conversamos sobre a visita domiciliar, onde relatamos visitas realizadas por alguns de nossos líderes voluntários a crianças e gestantes. Hoje, vamos continuar nossa reflexão sobre visitas e Mutirão em Busca das Gestantes. Sabemos das grandes conquistas que vocês têm durante estas atividades, mas também sabemos das dificuldades e situações pelas quais vocês, líderes, muitas vezes se defrontam, como por exemplo, quando acontece o Mutirão em busca das Gestantes e vocês conversam sobre o trabalho da Pastoral da Criança com uma gestante e perguntam se ela gostaria de ser acompanhada pela Pastoral da Criança. Muitas vezes, a pergunta que ela faz é: o que vou ganhar com isso? Roupinha para o bebê, banheirinha? Ou outra coisa. E quando vocês respondem que a Pastoral não faz esse tipo de doação, muitas vezes recebem como resposta: "Então não quero participar".
Infelizmente, essa maneira de encarar as coisas, de em tudo querer ganhar alguma coisa, quando vão participar ou fazer parte de alguma atividade na comunidade, muitas vezes atrapalha o trabalho que fazem. Nessas situações, é preciso esclarecer às famílias que a Missão da Pastoral da Criança é diferente. Vocês levam esperança, solidariedade, alegria; partilham conhecimentos sobre saúde, nutrição, cidadania e educação para que elas possam cuidar e educar cada vez melhor seus filhos e filhas e as gestantes possam ter uma gestação mais tranquila e saudável. Vocês estão ali, perto das famílias, para ouvir, conversar, informar, apoiar quando precisarem, lógico que dentro de suas possibilidades, pois o tempo e os conhecimentos que temos são limitados. Mas quem faz isso no lugar onde moram?
Nas andanças que nós técnicos fazemos nas comunidades, nas conversas com o pessoal dos serviços de saúde, de educação e de outras organizações da comunidade, ouvimos sempre que o trabalho de vocês, líderes, é especial. Vocês fazem um trabalho de Caridade Cristã, como Jesus nos ensinou. Por isso, vocês são especiais. E será que vocês estão convencidos disso?
Temos ouvido de muitos líderes o seguinte comentário: nas visitas às famílias, nos Mutirões em busca das Gestantes, nas Celebrações da Vida, muitas pessoas dizem: "só vou se ganhar alguma coisa" e os líderes vão em busca de brindes, roupinhas de bebê, doações, etc. para manterem uma participação maior na Celebração da Vida ou simplesmente para cativarem as famílias e isso ocupa o tempo deles, que é precioso e escasso em muitos casos. Quando ouvimos essas colocações, refletimos se é esse o papel do líder da Pastoral da Criança ou se nossa missão é evangelizar, levando conhecimento e orientação para as famílias, encaminhando para os serviços públicos, ajudando as famílias na garantia de seus direitos, mas também mostrando os deveres de mães e pais para com seus filhos.
Por exemplo, no dia a dia de seu trabalho, quando vocês organizam ou encaminham as mulheres grávidas para um grupo de gestantes, elas se reúnem, confeccionam roupinhas, conversam, trocam experiências, falam de seus medos, compartilham suas alegrias. Com isso, podem aprender mais coisas sobre a gravidez, ficar mais seguras, cuidar mais de sua gestação. Vários estudos mostram que participar de grupos de gestantes e neles fazer parte do enxoval cria laços mais próximos da mãe com o bebê. Então, fazer parcerias com os serviços de saúde para organizar junto com eles ou encaminhar as gestantes para esses grupos é um trabalho muito valioso que vai gerar saúde e tranquilidade para as mulheres que participam deles.
Quando nas visitas conversam e incentivam a gestante a se preparar para o aleitamento materno, ela precisa saber que amamentar não beneficia só o seu bebê, mas também a ela, pois é cientificamente comprovado que mães que amamentam seus filhos têm menos chances de contrair câncer de mama e que também a recuperação de seu corpo se faz mais rápida. Portanto, nas visitas domiciliares com suas orientações e escuta respeitosa do que as famílias e as gestantes colocam, mesmo que às vezes tenham que discordar do que colocam e tentar convencê-las de outra atitude), vocês estão dando a elas e seus bebês vida em abundância.
Quando nas visitas conversam com as mães e os pais, procuram responder às dúvidas que eles colocam sobre a saúde e educação de seus filhos e filhas, quando vibram com eles com as conquistas que as crianças apresentam, explicam sobre atitudes que eles podem ter para favorecer ainda mais o desenvolvimento de suas crianças, estão trazendo vida em abundância para as crianças.
Mas também podem procurar nas suas paróquias as outras pastorais que repassam doações, enxovais, cestas básicas. Que tal se unir a essas pastorais e encaminhar as famílias que mais precisarem para elas? Assim poderão se preocupar com a saúde, nutrição, aleitamento e cuidados para o crescimento e desenvolvimento das nossas crianças e gestantes, o que é bastante, não acham? Participar ou criar redes de apoio é outro trabalho importante que junto com as coordenadoras paroquiais vocês podem tentar fazer nas comunidades.
No entanto, se colocar a serviço, oferecer coisas que não são benefícios materiais numa sociedade em que, cada vez mais, o que vale é o dinheiro, o presente, a fama, o poder geralmente não é fácil e nem sempre tem o reconhecimento imediato. Dispor de tempo, se preparar para argumentar com as famílias, ou seja, mostrar a elas, por palavras e exemplo, o que é realmente o trabalho da Pastoral, exige perseverança, dedicação e apoio.
E de onde vocês podem buscar força?
No Guia do Líder, temos que a força para a caminhada vem, principalmente, da Espiritualidade Cristã. Deus é amor. Nele nós encontramos a força para continuar a caminhada.
Mas também temos no Guia a força que vem dos irmãos. Trabalhar em rede com outras pessoas e instituições da comunidade e da paróquia, como já falamos é uma atitude que pode reforçar o trabalho de vocês. Solicitar e participar de Oficinas de Formação Contínua Integrada, nas quais se podem tirar dúvidas, discutir problemas, ter mais clareza dos conteúdos dos materiais da Pastoral e também compartilhar os progressos e desafios vencidos, é um momento importante de encontrar força para a caminhada.
Assim, de desafio em desafio, de reforço em reforço, apelando para suas coordenadoras, para nós técnicos da Coordenação Nacional, vão tecendo uma rede de amor, conhecimentos, solidariedade que vale muito e permanece dando paz, conforto e alegria, enquanto for alimentada pelos que fazem parte dela.
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