É muito importante que toda a família esteja sempre presente no cuidado da mãe, do bebê e do ambiente que os cercam. Ou seja, o apoio começa com o companheiro, amigos e parentes, porque eles podem, e devem, ajudar a diminuir seu sofrimento e incentivar a busca de ajuda médica.
A empatia -- que é o ato de se colocar no lugar do outro, sem julgamentos ou conceitos pré-determinados --, é o primeiro passo. Nesse momento, é necessário ouvir e acolher todas as decisões da mãe, como: deixar ela cuidar do bebê ou do lar, promover o máximo de conforto, estimular banhos relaxantes e ajudar nos cuidados com o bebê.
Nos primeiros 10 a 14 dias após o parto é normal que as mães se sintam inseguras e até apresentem certa melancolia ou tristeza, decorrentes das oscilações hormonais após o nascimento do bebê e isso é perfeitamente normal. Esse quadro é conhecido como "baby blues", “blues pós parto” ou “tristeza materna”, não interfere nas atividades habituais maternas, é leve e passageiro. Mas se os sintomas de tristeza se prolongam ou se tornam tão intensos a ponto de prejudicarem a rotina ou a qualidade de vida da mãe, é necessário buscar ajuda profissional.
Deve-se, conversar com o médico sobre isso, para que possa receber orientações e auxílio especializado. Saiba mais na entrevista com Michelle Monezi Gonçalves, psicóloga que trabalha em Ribeirão Preto, Estado de São Paulo.
O que é depressão materna ou depressão pós-parto?
A depressão no pós-parto é diferente da tristeza materna (conhecida também como "baby blues" ou "blues pós parto"). A tristeza materna é algo muito natural, porque horas depois do parto existem mudanças hormonais muito radicais no organismo da mulher. A mulher pode sentir tristeza, irritabilidade, insatisfação com as coisas. Já na depressão pós-parto a gente tem esses sintomas de uma forma muito mais intensa.
Quais são os sintomas mais comuns da depressão pós-parto que a mãe e os familiares devem ficar atentos?
A mulher, às vezes, fica muito calada, ou ela chora demais, a falta de interesse por atividades do dia a dia, um cansaço extremo, fadiga, uma falta de energia, aquela mãe que acha que não está sendo boa, que o bebê está com algum probleminha por culpa dela. E uma questão também que é bastante importante ressaltar, são sintomas de ansiedade ou excesso de preocupação.
Como a depressão pós-parto prejudica o desenvolvimento saudável do bebê?
A principal característica da depressão pós-parto é a mãe ficar incapacitada de realizar as suas tarefas, as suas atividades do dia a dia. E aí, as consequências para o desenvolvimento do bebê são várias. Pode ocasionar dos bebês ficarem mais agitados, chorando muito, ter problemas com a alimentação, ou dificuldades no sono. Por isso, a importância da mãe estar se cuidando, buscando ajuda, aceitando ajuda, a orientação médica, seguindo rigorosamente o tratamento para que ela fique bem e garanta o desenvolvimento saudável do seu filho.
Que tipo de acompanhamento existe no SUS?
O pré-natal é oferecido gratuitamente pelo SUS. E os profissionais do SUS estão capacitados a identificar, já no pré-natal, possíveis sinais e sintomas de casos que podem vir a se tornar uma depressão pós-parto. Mulheres com histórico de ansiedade ou depressão antes ou durante a gestação, têm risco aumentado de desenvolver depressão pós parto.
O tratamento da depressão pós-parto inclui a presença de psiquiatra, psicólogo dentre outros profissionais que o SUS oferece. É muito importante também dizer que toda mulher que dá à luz pelo SUS é acompanhada em seu puerpério pela estratégia Saúde da Família.
Leia a entrevista na íntegra: 1605 - 27/06/2022 - Depressão materna (puerpério) (.PDF)
Para escutar a entrevista: clique aqui.
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