
No Setembro Amarelo, mês de conscientização sobre a prevenção do suicídio e o cuidado em saúde mental, lembramos que esse olhar começa na infância. Saúde mental infantil não é apenas ausência de doença. Pequenas mudanças de humor, sono e apetite, regressões inesperadas e queixas físicas sem causa aparente podem indicar que algo merece atenção. São sinais que pedem escuta e orientação qualificada.
Na entrevista a seguir, a psicóloga Dorileia Ferreira da Silva Mesquita aprofunda o tema: explica o que é o estresse tóxico, aponta sinais de alerta e sugere atitudes práticas para o dia a dia, como acolhimento, rotina, brincadeira e limites digitais, além de indicar quando e onde buscar apoio na rede pública ou particular.
Dorileia Ferreira da Silva Mesquita, psicóloga com mais de 30 anos de atuação em psicologia clínica na cidade da Lapa, Paraná..
ENTREVISTA COM: Dorileia Ferreira da Silva Mesquita, psicóloga com mais de 30 anos de atuação em psicologia clínica na cidade da Lapa, Paraná.
Dorileia, o que é saúde mental? E é possível uma criança adoecer mentalmente?
DORILEIA: A saúde mental diz respeito ao bem-estar emocional e psicológico de uma pessoa. Não é apenas a ausência de doenças mentais, mas também a capacidade de lidar com o estresse e de perceber e colocar em prática seu potencial para aprender, trabalhar e colaborar nos ambientes em que está.
Quando falamos em bem-estar emocional, referimo-nos à capacidade de lidar com as próprias emoções de modo saudável. O bem-estar psicológico envolve pensar com clareza, tomar decisões e manter autoimagem e autoestima positivas. A partir desse entendimento, sim: é possível uma criança adoecer mentalmente, pois elas podem apresentar condições que afetam seu desenvolvimento cognitivo, emocional e social.
Programa de rádio Viva a Vida – 1773 – 15/09/2025 - Saúde Mental da Criança
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Que sinais indicam que uma criança não está bem mentalmente?
DORILEIA: Mudanças repentinas de comportamento. A criança pode ficar mais irritada, agressiva ou retraída; muito ansiosa; apresentar dificuldade de concentração; alterações no sono ou no apetite; e queixas somáticas (dores de cabeça, de barriga ou no corpo) sem causa física que as justifique.
Também pode ocorrer regressão no desenvolvimento: uma criança que já controlava os esfíncteres volta a usar fraldas; na linguagem, pode surgir fala infantilizada, gagueira etc.
Como ensinar as crianças a desenvolver a gestão das emoções, em prol da saúde mental?
DORILEIA: O aprendizado das emoções começa em casa. A criança recebe muitos estímulos e observa como pais e cuidadores se comportam e reagem no cotidiano, aprendendo a partir desse exemplo.
Quanto mais saudável for o ambiente familiar, melhor será seu repertório emocional. Diálogo, comunicação assertiva, respeito às diferenças individuais e evitar comparações que boicotem o desenvolvimento emocional são medidas que ajudam a criança a lidar com as próprias emoções.
MENSAGEM: Maria Inês Monteiro de Freitas, Coordenadora nacional da Pastoral da Criança.
MARIA INÊS: Este tema é extremamente importante e merece atenção desde cedo. Se você, adulto, sofre com ansiedade, depressão, fobias ou traumas, às vezes severos, saiba que isso pode ter começado na primeira infância.
Crianças tratadas com violência, gritos, castigos, comparações e palavras ofensivas guardam mágoas que as acompanham por toda a vida. Muitos transtornos mentais surgem daí, do tempo de criança. Por isso, pais e cuidadores: tratem as crianças com amor, escuta, atenção, afeto e elogios. Assim, vocês ajudam a promover a saúde mental de nossas crianças e, no futuro, de nossos adultos.
Leia a entrevista na íntegra
1773 - 15/09/2025 - Saúde Mental da Criança (.PDF)
3º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
“Boa saúde e bem- estar”
Garantir o acesso à saúde de qualidade e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
16º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
"Promover Paz, Justiça e Instituições Eficazes"
Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas a todos os níveis
Dra. Zilda
“Para construir a paz é preciso começar com a criança desde a gestação. Os primeiros anos de vida são os principais para que a criança adquira valores culturais e se transformem em sementes da paz”.
Papa Leão XIV
“Para Deus, que é Vida eterna, a morte do corpo é como um sono. A morte verdadeira é a da alma: esta sim devemos temer!”.