O evangelho de hoje fala de um tema que é muito próximo da vida da gente: a vontade de acumular coisas, riquezas. A vida não depende dos bens acumulados. A nossa alegria não é condicionada pelos bens materiais. É um engano. A felicidade não se compra. O mercado vive dessa ilusão. Se você tiver a última versão de celular, você será feliz. O último modelo. Não é isso o que dizem, e que geralmente acontece? Muitas vezes, a gente nem quer ter as coisas porque precisamos, mas para mostrar para os outros o que temos. E muita gente nos avalia e julga por isso: pelo que temos e não pelo que somos.

Jesus nos pede que nos mantenhamos longe da cobiça, isto é, da tentação de nos encher de coisas. É um desafio no mundo moderno que vive criando necessidades para tudo. Você hoje precisa estar conectado e já não basta um simples computador, precisa um celular, um notebook... e assim você vai acumulando tudo nos celeiros da vida.

Na parábola que Jesus contou, no Evangelho de hoje, um homem acumulou todas as suas riquezas em um grande celeiro e agora achava que podia dormir feliz, porque já tinha muito para viver bem o resto da vida. Mas nessa noite, ele morreu. O que adiantou a sua ganância, acumular tudo e não aproveitar nada? Qual é a tua riqueza? Por que você não aprende a ter a riqueza verdadeira, que é estar próximo de Deus, porque mesmo que você tenha toda a riqueza do mundo, você é pobre se você não tem uma relação próxima com Deus. Tudo o que temos é pó, é nada. Tudo nos será tirado e quanto mais presos às riquezas, mais sofreremos para deixar essas riquezas.

Hoje, vamos falar da importância da oração. Jesus, para explicar isso, fala do amigo inoportuno, que bate a porta de madrugada para pedir pão para uma visita que acabou de chegar na casa dele. O amigo responde que já está deitado, mas devido a tanta insistência, ele acaba se levantando e levando os pães para ele. Para rezar verdadeiramente, precisamos saber o que vamos pedir, precisamos ter um pedido justo. Que pão nós buscamos? Deus não é um estranho, Deus é Pai. Então, você está buscando a ajuda de um amigo verdadeiro.

Outro ponto que esse evangelho fala é da persistência, do não desistir no primeiro “não”. Se o homem tivesse ido embora diante do primeiro não que recebeu do amigo, não teria conseguido seu objetivo, que era receber 3 pães. Mas ele persistiu e não desistiu até conseguir a ajuda que precisava. Aqui, no texto, fala de pão, do alimento, coisa. Mas nas nossas orações, não é só pedir a Deus que nos dê mais coisas.

Esse Evangelho mostra também o jeito da paternidade de Deus, um Pai que é amigo da gente, que nos ama e não vai nos dar uma pedra no lugar de pão; uma cobra no lugar de um peixe; ou um escorpião no lugar de um ovo. Portanto: “Pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto. Pois quem pede, recebe; quem procura, encontra e para quem bate, se abrirá”. E não esqueçamos de agradecer.

O Evangelho de hoje narra uma situação domiciliar, um fato que ocorreu entre duas irmãs, Marta e Maria. Jesus se hospedou na casa delas. Marta, a irmã mais velha, não parava de limpar, arrumar a casa, cozinhar para bem receber o hóspede. Queria fazer bela figura. Quando a gente recebe um hóspede, a gente quer impressionar, às vezes, indo até além das nossas possibilidades para deixar tudo arrumado, para que a visita ache tudo maravilhoso.

O problema é que o hóspede de hoje é Jesus. E hoje não precisava de nada disso. Maria, a outra irmã, ficou conversando com Jesus. Marta chegou, então, e cobrou Jesus, para que ele dissesse a Maria para ajudá-la no serviço. Acho que ela até esperava um elogio de Jesus, mas Jesus fez o contrário, dizendo para Marta que Maria tinha escolhido a melhor parte, porque ela estava escutando seus ensinamentos.

O Evangelho de hoje fala de misericórdia. Fala de tantas coisas que vivemos e presenciamos no nosso dia a dia. Ele nos questiona, nos motiva e faz a gente tomar decisões e agir. O Evangelho nos conta que um homem muito entendido em lei questionou Jesus sobre como receber a vida eterna. Jesus, já entendendo a intenção daquele homem, pergunta: “O que está escrito na Lei?”

O homem respondeu que era para amar a Deus e o próximo”. Jesus deu parabéns ao homem e disse: “Faça isso e viverás”. Mas não contente, o homem continuou a perguntar: “Mas quem é o meu próximo?” Foi aí que Jesus contou a Parábola do Bom Samaritano. Aquele trecho lindo do Evangelho que diz que várias pessoas passaram diante de um homem caído e ferido. Ninguém o socorreu. Mas chegou uma pessoa de fora, sentiu compaixão e cuidou dele.

E Jesus perguntou ao doutor da lei: “quem foi o próximo desse homem ferido?” O homem respondeu: “Aquele que teve misericórdia”, e Jesus respondeu: “vá e faça o mesmo”. Essa é a grande lição!