A inspiração bíblica da missão da Pastoral da Criança é também uma frase que a Dra. Zilda sempre repetia: “eu vim para que todas as crianças tenham vida e vida em abundância”, Jo 10, 10. Quem teve a feliz oportunidade de conviver com ela ouviu muitas vezes também sobre a importância da linda missão pela promoção e o desenvolvimento das crianças, gestantes e suas famílias.
Segundo o estatuto, nossa missão é promover o desenvolvimento das crianças, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, do ventre materno aos seis anos, por meio de orientações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania, fundamentadas na mística cristã que une fé e vida, contribuindo para que suas famílias e comunidades realizem sua própria transformação.
É por este motivo que a Pastoral da Criança atua em todo o Brasil, acompanhando mais 360 mil crianças, mais de 18 mil gestantes e suas famílias, zelando pelo cuidado desde o nascimento e durante toda a primeira infância. Para que isso aconteça, mais de 42 mil voluntários estão mobilizados, sendo 33 mil líderes. Juntos, eles levam a missão Pastoral da Criança para mais de 2.600 municípios ,em mais de 16 mil comunidades.*
Além disso, está presente em outros 11 países da América Latina, África e Ásia: Guiné-Bissau, Haiti, Peru, Filipinas, Moçambique, Bolívia, República Dominicana, Guatemala, Benin, Colômbia e Venezuela.
Nossa missão, desde 1983, é continuar sendo a presença do amor solidário de Deus neste mundo. Cada um de nós deve continuar o caminho de solidariedade, da partilha fraterna, da missão que nasce da fé em favor da vida, e que tem se multiplicado de comunidade em comunidade.
A presença dos líderes na casa e na vida das famílias mais pobres é a manifestação viva do amor de Deus para com os mais frágeis, para com aqueles que mais necessitam da bondade e do carinho de Deus. Por isso, eles são a grande força que move a Pastoral da Criança.
Juntos, os líderes e voluntários realizam muito mais do que as importantes ações básicas e complementares. São, na prática, o exercício diário da solidariedade, da amizade e do amor ao próximo. Na convivência com a comunidade, além da partilha de conhecimento sobre saúde, nutrição, educação e cidadania, há doação de tempo, de escuta e a compreensão dos saberes dos outros, das diferenças e particularidades de cada local. Por vezes, os líderes e voluntários da Pastoral da Criança são os únicos que entram em casas de difícil acesso e constroem com as famílias uma relação de confiança que é levada para a vida toda. Em outros casos, chamam atenção das autoridades e fazem valer, junto com seus vizinhos, os direitos das crianças e gestantes daquela comunidade, ou para resolver uma situação de dificuldade.
Para melhorar ainda mais este trabalho, a Pastoral da Criança desenvolveu o aplicativo Visita Domiciliar e Nutrição, que, além de auxiliar nosso voluntariado no acompanhamento às famílias, também possui um módulo de comunicação entre os voluntários, as famílias acompanhadas, coordenadores e multiplicadores. Com isso, são mais pessoas recebendo a melhor e mais relevante informação possível e com celeridade.
Temos certeza que a dedicação dos voluntários da Pastoral da Criança ajuda a produzir no Brasil uma mudança de mentalidade sobre os cuidados com a criança. As comunidades descobriram a sua força transformadora. Milhares de pessoas se sentem valorizadas onde vivem, sabem dialogar, assumem compromissos para melhorar a realidade em que vivem, fazem história e contribuem para a continuidade da história e a construção de uma sociedade de paz e solidariedade.
“Para que todas as crianças tenham vida em abundância” (Cf. Jo 10, 10).
A missão da Pastoral da Criança é promover o desenvolvimento das crianças, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, do ventre materno aos seis anos, por meio de orientações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania, fundamentadas na mística cristã que une fé e vida, contribuindo para que suas famílias e comunidades realizem sua própria transformação.
No texto base da Campanha da Fraternidade de 2019, cujo tema foi Fraternidade e Políticas Públicas, diz que políticas públicas “não é somente a ação do governo, mas também a relação entre as instituições e os diversos atores, sejam individuais ou coletivos, envolvidos na solução de determinado problema e, para isso, utilizam alguns princípios, critérios e procedimentos que podem resultar em ações, projetos ou programas para garantir os direitos e deveres previsto na Constituição Federal e em outras leis.” É com base nesse entendimento que consideramos essencial a participação social para que as demandas sejam garantidas como política pública, uma vez que não nascem das necessidades do Estado, mas das demandas da sociedade.
A pandemia de Covid-19 tem trazido grandes impactos não só no dia a dia, mas também no bem-estar físico e emocional de muitas pessoas, causados principalmente pelo luto. Quando o luto está relacionado à perda de um familiar ou alguém muito próximo pela Covid-19, em conjunto com outros fatores, há a impossibilidade de se despedir do ente querido e a dificuldade financeira, por isso a fragilidade emocional para lidar com a situação se torna um processo ainda mais sensível. O apoio comunitário tem ajudado muitas famílias e crianças que sofrem neste momento. O luto requer tempo e adultos e crianças precisam de compreensão, paciência e muito apoio. As atenções, a ajuda com as atividades do dia a dia e o suporte podem tornar o processo de luto um pouco mais leve. Para falar mais sobre este assunto convidamos a Dra. Mirella Carletto Silva, Psicóloga Clínica, Terapeuta de Perdas e Lutos Infantojuvenil e de Adultos, de Campo Largo, Paraná, e Maria das Graças Silva Gervásio, Assistente Social da Equipe Técnica da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança.
Doutora Mirella Carletto Silva
Entrevista com a Doutora Mirella Carletto Silva, Psicóloga Clínica, Terapeuta de Perdas e Lutos Infantojuvenil e de Adultos, de Campo Largo, Paraná.
Quais fases ocorrem no luto infantil. Como a criança manifesta esta dor e como a família e comunidade podem ajudá-la?
O luto é um processo normal, esperado, único e singular. Não é uma doença, não se é falado em cura ou superação, não existe um tempo determinado para sua duração, pois ele envolve aprendizado, ressignificação, adaptar-se a uma nova vida. Não existem fases, pois cada enlutado vive sua perda à sua própria maneira, sem regras pré-definidas. Em relação à forma que as crianças expressam o luto, segundo os conhecimentos de Piaget, sua compreensão ocorre de acordo com seu estágio de desenvolvimento cognitivo. É importante observar mudanças no comportamento da criança, como comportamentos diferentes, medos, dificuldades para assimilar novas rotinas, tristeza e isolamento e, após ser percebido, procurar atendimento psicológico, que pode ser realizado nas redes públicas, através do CAPS infantil, CREAS ou serviço de Clínica- Escola, disponível nas Faculdades de Psicologia.
Programa de rádio Viva a Vida 1550 - 07/06/2021 - Crianças em luto em tempo de pandemia
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança. Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Na sua opinião, como dar a notícia e conversar com as crianças sobre isso?
Ao comunicar uma notícia de morte para uma criança é necessário não omitir os fatos e não usar metáforas como “virou uma estrelinha” e, sim, permitir que possam sentir e expressar sua dor, oferecendo espaço para que possam conversar, e que seus sentimentos em relação a morte sejam ouvidos e validados sempre. Outra informação muito importante é em relação a criança participar de enterros e velórios, que sempre seja questionado o seu desejo em participar ou não e o respeitar. O fato da criança vivenciar estes momentos, caso seja de seu interesse, não irá causar nenhum trauma.
Maria das Graças Silva Gervásio
Entrevista com Maria das Graças Silva Gervásio, assistente social da equipe técnica da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança.
Muitas vítimas da Covid-19 eram arrimos de família. Muitas delas deixaram crianças e outros dependentes, órfãos de apoio. Como o amparo e a solidariedade podem ajudar
É muito importante as famílias saberem que não estão sozinhas. Que nesse momento que estão enfrentando tantas perdas podem contar com o apoio de outras pessoas da comunidade. Os próprios vizinhos, os líderes da Pastoral da Criança, outros agentes da Igreja, da Associação de Moradores, todas essas pessoas podem formar uma rede de solidariedade para esta família. Esse apoio pode acontecer das mais diferentes formas, desde um apoio emocional, buscando uma saúde psicológica; até uma ajuda financeira com alimentos, por exemplo. Outra coisa que não podemos perder de vista é que nesses momentos os direitos da criança que perdeu a mãe ou o pai precisam ser assegurados. E essa rede de solidariedade e de proteção precisa se consolidar para atender as necessidades da criança.
Qual é a importância das redes de apoio social entre as famílias para fortalecê-las no ato de cuidar das crianças em luto
Essa rede de apoio social que pode acontecer entre as famílias precisa ser, de forma mais ampla, fortalecida. A família saber que pode contar com uma rede de apoio já alivia um pouco o seu sofrimento. O cuidado com as crianças, mesmo sendo uma responsabilidade da família, também é de toda a comunidade. As crianças precisam se sentir seguras de que outra pessoa irá cuidar delas. Assim, também, poderão viver o seu luto, pois, mesmo não sendo igual ao das pessoas adultas, elas têm os seus próprios sentimentos e também podem demonstrar tristeza e sofrimento diante dessa situação de morte, de perda de uma pessoa querida.
Que outras orientações, a senhora teria para apoiar crianças e famílias neste momento difícil?
Sabemos que no Brasil a questão da desigualdade social sempre esteve presente. Com a pandemia essa desigualdade só se manifestou de forma mais escancarada. Realmente, muitas famílias contam com apenas uma só pessoa responsável pela subsistência de toda a família. Se acontecer de faltar essa pessoa por causa da Covid-19, essa família se sente desamparada. A Pastoral da Criança, muitas vezes, é quem está mais presente junto à família. Assim, pode recorrer e mobilizar outras frentes na comunidade, tais como a ação social da paróquia, órgãos da prefeitura, através dos centros de assistência social, para ajudar essa família. É importante sempre frisar que o líder não deve pensar que precisa fazer tudo, resolver tudo, mas, sim, que é uma grande força de mobilização na comunidade para ajudar essas famílias.
A redução da mortalidade materna ainda é um desafio para o Brasil e para outros países. Nenhum país conseguiu atingir a meta de diminuição da taxa, proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU) até 2015, por meio dos Objetivos do Milênio. Para agravar ainda mais a situação, a pandemia tem afetado diretamente as gestantes e mulheres no pós-parto, especialmente em 2021. Segundo dados do Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19) divulgado pelo Senado Federal, o número de mortes de gestantes ou de mulheres no pós-parto por infecções respiratórias e outras complicações triplicou em 2021 em relação à média semanal de 2020. No ano passado, houve 457 mortes, média de 10,2 óbitos por semana. Já nas primeiras 16 semanas de 2021, ocorreram 494 mortes, cerca de 30 por semana. Essa realidade precisa ser mudada com urgência e para isso faz-se necessário o trabalho conjunto do governo, da sociedade civil e da própria comunidade, com foco na prevenção e no cuidado da saúde das gestantes e das mulheres no pós-parto. E o líder da Pastoral da Criança tem papel especial que pode ajudar muitas mulheres neste momento. Saiba mais sobre o assunto na entrevista com Caroline Dalabona, nutricionista da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança.
O que é considerado morte materna?
A morte materna é aquela que ocorre durante o período da gestação, parto e até quarenta e dois dias depois do parto (puerpério) e que foi causada por qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela. Não é considerada morte materna a que é provocada por fatores acidentais ou incidentais.
Programa de rádio Viva a Vida 1548 - 24/05/2021 - Mortalidade Materna
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança. Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Quais são as maiores dificuldades para a redução da mortalidade materna?
A não realização do pré-natal ou quando a gestante não consegue fazer um pré-natal adequadamente, ou faz um pré-natal incompleto; e a dificuldade no acesso ao serviço de saúde, a exames e suplementos. Em alguns casos a falta de informação e a demora em buscar ajuda, muitas vezes por dificuldades de transporte, por estar longe do hospital, entre outras dificuldades. Todos estes fatores dificultam a redução e contribuem para mais mortes.
O que precisa ser feito para diminuir o número de mortes durante a gestação, parto e pós-parto?
Caroline Dalabona - Nutricionista da Pastoral da Criança
Em primeiro lugar, políticas públicas voltadas para a diminuição da desigualdade social. A gente sabe que as gestantes com maior vulnerabilidade, as mais pobres, são aquelas que sofrem mais em relação a não ter acesso ao pré-natal, não ter serviço de qualidade, estar distante do recurso quando precisa, seja um hospital, seja uma própria unidade de saúde, não ter acesso a exames. Então, a primeira coisa é isso, diminuir a desigualdade social. Além disso, lógico, muita informação, orientação para essas gestantes, para que cada vez mais elas sejam conscientes e busquem por seus direitos.
Que cuidados são necessários para evitar a morte materna por Covid-19?
O principal cuidado é a prevenção. Evitar sair de casa, evitar aglomeração. Nesses casos, se precisar sair, manter o distanciamento; usar máscara de boa qualidade e, se possível, ficar ao ar livre ou em ambiente bem ventilados; lavar sempre as mãos ou usar álcool em gel. Enfim, os cuidados que a gente conhece tão bem que previnem a infecção pelo Coronavírus.
Como a Pastoral da Criança ajuda na prevenção da mortalidade materna?
A Pastoral da Criança atua com foco nos primeiros mil dias de vida, que é o período da gestação com os dois primeiros anos de vida do bebê. Os nossos líderes, os nossos voluntários, fazem visitas mensais para as gestantes para transmitir informações importantes. Nesse momento, inclusive, eles estão fazendo visitas virtuais devido à pandemia. É o momento de contato em que os nossos voluntários transmitem informações sobre o pré-natal de qualidade, sobre quais são as vacinas que a gestante precisa tomar, sobre quais são os exames que ela precisa fazer, orientações sobre alimentação saudável, sobre atividade física, sobre outras informações que são necessárias para que a gestante tenha conhecimento e consiga ter um pré-natal de qualidade e busque seus direitos. A Pastoral da Criança também transmite as informações e orientações pelos nossos meios de comunicação: nosso site, nosso programa de rádio Viva a Vida, nossas mídias sociais e pelo nosso Aplicativo. Não deixe de acessar, tenho certeza de que vocês vão gostar.
“Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades”
Meta 3.1 - Brasil - Até 2030, reduzir a razão de mortalidade materna para no máximo 30 mortes por 100.000 nascidos vivos.
Dra. Zilda
“Leve à gestante a Palavra de Deus, a certeza de que Deus a ama e de que a vida que ela carrega em seu ventre é abençoada, é graça, dom de Deus”
Papa Francisco
"“Acada mulher grávida, quero pedir afetuosamente: Cuida da tua alegria, que nada te tire a alegria interior da maternidade. Esta criança merece a tua alegria. Não permitas que os medos, as preocupações, os comentários alheios ou os problemas apaguem esta felicidade de ser instrumento de Deus para trazer uma nova vida ao mundo. Ocupa-te daquilo que é preciso fazer ou preparar, mas sem obsessões, e louva como Maria: “A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da sua serva “ (Lc 1, 46-48). Vive, com sereno entusiasmo, no meio dos teus incômodos e pede ao Senhor que guarde a tua alegria para poderes transmiti-la ao teu filho.”"
Nós somos parte da natureza. Precisamos cuidar bem dela, pois se nós a destruímos, prejudicaremos a sua fluidez, e, em breve, sofreremos ainda mais com as consequências das catástrofes naturais: enchentes, tempestades, ciclones etc. Precisamos agir e agir agora. Como? Preservando o Meio Ambiente, começando pela nossa casa, nossa comunidade, nosso país, até atingir todo o planeta! Os Governos têm o seu papel, mas o que vamos tratar nesta matéria é como nós, cidadãos, podemos mudar um modo de vida inadequado já instalado e ter atitudes conscientes que fazem a diferença. Quem abordará o assunto é Sílvio Santana, Presidente da Fundação Grupo Esquel Brasil, ex-membro do Conselho Diretor da Pastoral da Criança e, agora, voluntário. Ele nos ensinará a enxergar em nossa comunidade quais problemas afetam o meio ambiente e como contribuir para saná-los; e quais atitudes básicas devemos adotar no dia a dia, elucidado pela Encíclica do Papa Francisco, “Laudato Si”. Sejamos o exemplo para as futuras gerações. Saiba também como a Pastoral da Criança, por meio do Aplicativo Visita Domiciliar e Nutrição, tem feito seu papel para a preservação do meio ambiente. Leia ou ouça agora a entrevista!
Qual é a importância da preservação do meio ambiente?
Amigos, de certa forma a vida na terra e especialmente a vida humana está em perigo. A ameaça vem da própria sociedade com o modo de vida inadequado que gera degradação do meio ambiente. Vem também de mudanças climáticas causadas pela humanidade. Mas a ameaça maior vem de quem, sem nenhuma consciência, teima em continuar fazendo o que prejudica a vida na terra. É preciso lutar pela vida e lutar pela vida é cuidar e preservar a nossa casa, o meio ambiente.
Programa de rádio Viva a Vida 1549 - 31/05/2021 - Como cuidar do Meio Ambiente
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança. Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Quais são as ações que as famílias podem fazer em casa na proteção ao meio ambiente?
No espaço doméstico, no cotidiano das nossas vidas, os chamados 3 R (erres) são uma boa dica. Reutilizar, Reciclar e Reaproveitar. Além disso, reduzir o consumo de água, de energia, tomar banho mais rápido, gastar menos água. Evitar desperdício como lavar o chão, o carro etc. Se você tem condição, por exemplo, na sua casa, tente captar a água da chuva e use essa água para outras finalidades. Ao consumir energia, lembrar de reduzir seu consumo de combustível de automóvel, usar transporte público, tentar dar mais carona, caminhar, usar bicicleta etc. E não jogar lixo. Também é muito importante educar as crianças para que elas também evitem desperdício de tudo, de alimento, de água. E, também, se você puder, plantar árvores, fazer uma horta caseira, são coisas bem práticas, bem simples que podem ajudar muito a melhorar a qualidade ambiental da sua comunidade.
Hoje, fala-se de um novo estilo de vida, que respeite e cuide do meio ambiente. Como fazer isso?
Silvio Santana
De certa maneira, a criação de um novo estilo de vida, a gente tem que fazer no dia a dia. A gente tem que pensar no que está consumindo. Os pais, os adultos, precisam ser exemplos para essas crianças desde cedo, para realizarem atividades junto com seus filhos, junto com a natureza, plantando, colhendo, cuidando e respeitando a natureza, ensinando as crianças de onde vêm os alimentos, de onde vêm os produtos, todas as coisas com as quais elas estão lidando. Pensar junto com elas e aprender com elas também o valor dessas coisas.
O que o aplicativo da Pastoral da Criança está ajudando na preservação do meio ambiente?
O aplicativo da Pastoral, além de acelerar a troca de informações, contribui também para a economia, por exemplo, de papel. E o papel, como todo mundo sabe, vem das florestas, vem do desmatamento. Você tem que produzir celulose etc. De outro lado, reduz o tempo de trabalho das líderes e coordenadoras, não somente no seu local imediato onde você está, mas em toda cadeia que vai para a área, depois vai para a diocese, depois vai para o estado, depois vai para o nacional. Quer dizer, você reduz o gasto, o tempo de trabalho de lideranças, de coordenadores em todos os níveis da Pastoral. Com isso você está reduzindo gastos com energia, com correio, com transporte. Tudo isso ajuda muito na melhoria do ambiente natural e social tanto na família, por exemplo, os líderes agora podem ter um pouco mais de tempo, de repente, do que antes, na sua comunidade em geral. As pessoas podem se dedicar mais a realizar a missão da Pastoral da Criança, perder menos tempo com a transcrição de fichas e de formulários etc. Então, acho que é um avanço importante que a Pastoral fez e que está ajudando, realmente está ajudando, a preservação ambiental.
“Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.”
13º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
“Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e os seus impactos (*)”
14º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
“Conservar e usar sustentavelmente os oceanos, os mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.”
15º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
“Proteger, recuperar e promover o uso sustenta´vel dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustenta´vel as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradac¸a~o da terra e deter a perda de biodiversidade.”
Dra. Zilda
“Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe de predadores, ameaças e perigos, e mais perto de Deus, deveríamos cuidar de nossos filhos como um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e protegê-los.”
Papa Francisco
"“Quando eu olho para a América, e também para minha terra natal, a América do Sul, muitas florestas sendo cortadas se tornaram uma terra que não podem mais dar vida. Esse é o nosso pecado: explorar a Terra e não permitir que ela nos dê aquilo que ela pode nos dar.”"
Nenhuma palavra pode definir e fazer entender o mistério do amor maternal que se encontra nos cuidados, no carinho e na face de uma mãe. Agora mais do que nunca, as mães estão se reinventando, cuidando de suas famílias e de todas as tarefas e, por isso, precisam receber o afeto e o apoio de todos, pois quem tanto cuida, também precisa ser cuidada. Com ou sem o privilégio de estar fisicamente com sua mãe, neste segundo domingo de maio, muitas foram as formas de tornar este dia marcante. O isolamento social não nos permite sair de casa, mas muitos filhos aproveitaram a criatividade e tecnologia para fazer as mamães se sentirem merecidamente amadas. Ser mãe sempre foi um grande orgulho, mas também um grande desafio, que se tornou ainda maior nos últimos meses. À vocês, mães, avós, líderes, pais que são mães, e todos os que desempenham o papel de mães na vida das crianças; nossa singela homenagem e gratidão no tema da semana de dia das mães, que conta com diversos depoimentos.
Verane Almeida Cruz, da Pastoral da Criança da Arquidiocese de Feira de Santana, Bahia.
Nessa pandemia muitas mães passaram a fazer jornada tripla. Na sua opinião, como é ser mãe durante esse período de pandemia?
Não é fácil equilibrar o trabalho, o cuidado da família, os afazeres domésticos. No início, foi um susto. Imagine ser mãe de um recém-nascido, ser mãe com criança pequena onde temos que lidar com novas tarefas, novas rotinas em meio à pandemia. Muitas mães tiveram que mudar as suas rotinas e estão conciliando essa jornada tripla com a prevenção da pandemia. Por isso, a importância de uma rede de apoio. Hoje, temos a Pastoral da Criança como ícone na vida das famílias, preservando as orientações básicas de educação, cidadania e muito zelo pela vida. Precisamos, hoje, nos conscientizar dessa mudança de vida, mas uma mudança que não é para nos causar impacto e nem desespero. Seguir com as orientações básicas. Com os cuidados necessários para a saúde, tanto da nossa família, quanto das nossas crianças.
Daiane do Socorro Souza, da Pastoral da Criança da Diocese de Bragança do Pará, Estado do Pará.
Programa de rádio Viva a Vida 1546 - 10/05/2021 - Dia das Mães
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança. Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Com a pandemia do coronavírus, muitas mães, sem redes de apoio e divisão das tarefas da casa, perdem autonomia e muitas vezes até o trabalho. Na sua opinião, o que tem ajudado e pode ajudar as mães a superar melhor esse tempo de pandemia?
Não está sendo fácil para ninguém, mas temos que, primeiramente, colocar Deus em primeiro lugar na nossa vida, ter fé e força. Procurar não se isolar. Não sofrer sozinha com os problemas. Conversar com alguém, se possível, através das mídias sociais, por telefone, pois as mães vão se apoiando, se fortalecendo. A tarefa de cuidar é uma dimensão muito importante na vida. É preciso compartilhar as tarefas entre todos em casa. Um feliz Dia das Mães.
Viviane da Silva Soares, líder e coordenadora da Pastoral da Criança de Manaus, Amazonas.
Nesse período de pandemia, muitas crianças ficaram sem escola, sem creche e muitas mães que trabalham fora de casa, outras em casa, tiveram que se reinventar. Na sua opinião, como é possível dar conta de tudo isso?
Não é fácil: roupa para lavar, casa para arrumar, comida para fazer, criança para cuidar, trabalho remoto, obrigações profissionais e ser agente de Pastoral na Igreja. Tem que ter muita paciência, organização e disposição. Mas também tem o lado positivo: ficar mais tempo com a família, conversar mais com os filhos. Dar mais tempo aos filhos, tempo de qualidade. O importante é não deixar a ansiedade e nervosismo tomar conta. Sei que está sendo muito difícil para todos, mas precisamos nos reinventar para cuidar, dar apoio e dar força para todas as pessoas que precisam e que amamos e, principalmente, para a nossa família. Essa pandemia veio para testar todos os nossos limites. Mas eu creio que tudo isso vai passar e vai deixar um grande aprendizado para todos. A mensagem que deixo hoje para as mães é que continuem a fazer tudo isso com muito amor e dedicação, pois Deus nos confiou esta árdua e bela missão de ser mãe. Precisamos deixar boas lembranças e belos exemplos no coração de nossos filhos, com fé e esperança de dias melhores. Que Deus abençoe cada uma de vocês. Um grande abraço fraterno a todas as mães. Amém.
Elizabeth Lara Domingues, da Pastoral da Criança de Santo André, São Paulo.
O que você diria para as mulheres, neste tempo de pandemia, que estão para ganhar bebê ou acabaram de ser mãe, sobre como diminuir a ansiedade e o medo?
Lembrar as futuras mamães e as que acabaram de ganhar bebês a importância de conversar com os bebês falando dos seus sentimentos, do momento em que estamos vivendo e que os familiares e amigos não poderão visitá-los devido a necessidade de manter o isolamento social. Tenho certeza de que todos esses cuidados que vocês estão tendo em ficar em casa e em usar máscara, álcool em gel e distanciamento para as consultas de pré-natal, vacinação ou consulta dos bebês, estão sendo necessários para essa nova realidade que a pandemia nos trouxe. Mesmo diante de todas as incertezas e dificuldades sintam-se amparadas por Deus. Quero deixar um abraço especial para todas as mães. Que Maria nos proteja. Feliz Dia das Mães.
“Ser mãe é ter uma missão importantíssima. É como se a gente zelasse por uma flor que, realmente, vai ser muito linda. A criança quando é bem cuidada, com muito carinho e muito amor, ela vai, naturalmente, ser assim, uma pessoa que vai transformar onde estiver. Ela vai ser feliz na família, no trabalho e na comunidade.”
Papa Francisco
"As mães sabem testemunhar sempre, mesmo nos piores momentos, a ternura, a dedicação, a força moral."