Mês da Primeira Infância

Imagem: Acervo da Pastoral da Criança

A primeira infância é o período que vai da gestação até os seis anos de idade. É nessa fase que o cérebro da criança se desenvolve de forma mais intensa e que se formam as bases para a saúde, a aprendizagem, o comportamento e a capacidade de construir relacionamentos ao longo da vida.

É justamente por reconhecer essa importância que a Pastoral da Criança acompanha gestantes, bebês e crianças até os seis anos, com atenção especial aos primeiros mil dias de vida, que compreendem a gestação e os dois primeiros anos da criança.

No Brasil, o Marco Legal da Primeira Infância, instituído em 2016, define diretrizes para a formulação e a implementação de políticas públicas integradas para essa fase da vida. Em 2023, o mês de agosto foi oficialmente instituído como o Mês da Primeira Infância, com o objetivo de mobilizar a sociedade e cobrar a efetivação dessas políticas.

Ainda existem muitos desafios para garantir que todas as crianças tenham oportunidades iguais de se desenvolver com acesso a serviços de saúde, educação, proteção e apoio às famílias. Para falar sobre isso, conversamos com Beatriz Abuchaim, gerente de Políticas Públicas da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.

ENTREVISTA COM: Beatriz Abuchaim, gerente de Políticas Públicas da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.

Quais são os principais desafios para a primeira infância?

BEATRIZ: Eu acho que o principal desafio da primeira infância é garantir que todas as crianças tenham acesso a cuidados e a serviços adequados nesse início da vida. As políticas voltadas para a primeira infância são um direito de todas as crianças residentes no Brasil. Mas a gente sabe que, muitas vezes, essas políticas não chegam da mesma maneira para todas.

Por exemplo: consultas pediátricas, vacinação, acesso à educação infantil — são muitas políticas que deveriam estar disponíveis para todas as crianças. E, em algumas regiões, em algumas localidades, essas políticas acabam não chegando para todas elas.

Então, acredito que esse seja o maior desafio da primeira infância no Brasil: a promoção da igualdade no acesso aos serviços destinados a essa faixa etária.

Que impacto o cuidado na primeira infância traz para as gerações futuras?

BEATRIZ: Sobre o impacto, a gente já sabe, por meio de inúmeros estudos nacionais e internacionais, que crianças que recebem bons estímulos no início da vida — tanto em casa quanto por meio de serviços e programas — têm um desenvolvimento melhor do que aquelas que não tiveram essa oportunidade.

Quando a gente acompanha, ao longo da vida, crianças que tiveram acesso a programas de altíssima qualidade na primeira infância, percebe que essas pessoas tendem a ter mais anos de escolaridade, empregos melhores, com salários mais altos, e menos chance de se envolverem em crimes ou de serem usuárias de drogas.

Então, a gente vê que as políticas voltadas para a primeira infância têm impacto ao longo de toda a vida de uma pessoa.

Que ações a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal realiza pela primeira infância?

BEATRIZ: A Fundação Maria Cecilia trabalha com a temática da primeira infância desde 2007. Nós atuamos mobilizando lideranças e apoiando os governos, em diferentes níveis, na implementação de políticas públicas voltadas para essa fase da vida. Também atuamos sensibilizando a sociedade sobre a importância da primeira infância.

A gente sabe que, quando a criança está bem cuidada e recebe estímulos adequados, isso tem impacto em toda a sociedade e no futuro do nosso país.

Leia a entrevista na íntegra

1768 – 11/08/2025 – Mês da Primeira Infância (.PDF)